Um blogue criado com o intuito de aproximar o nosso Centro da comunidade, promovendo a divulgação das atividades desenvolvidas e de informações de caráter geral. Pretende-se, ainda, que seja um espaço de partilha e diálogo.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Novas Certificações de Nível Secundário

Realizou-se no passado dia 21 de Novembro mais um Júri de Certificação de nível secundário. Os cinco candidatos apresentaram temas de vida bastante diversificados e muito interessantes:

- António Paixão: “Marinha de Guerra Portuguesa”

- Marco Pica: “Higiene e segurança no trabalho na Marinha de Guerra”

-Jaime Lourenço: “Experiência profissional no estrangeiro – importância para aquisição de competências”

- Helena Santos: “Ano Novo Chinês”

- Solange Pires: “Boom Festival e Sustentabilidade”

Alcançaram com mérito a Certificação de nível secundário e, por isso, estão de parabéns! A equipa do CNO deseja-lhes os maiores sucessos a nível pessoal e profissional.

A próxima sessão de júri realizar-se-á no dia 14 de Dezembro, às 17 horas no auditório da Casa Rural

Gabriela Machado (formadora de CLC)

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

REGRESSO À ANSELMO 40 ANOS DEPOIS

Curioso, muito curioso este frenesim que me percorre nos últimos passos até ao portão de mais esta escola na minha vida.

Curioso porque esta escola não é nova para mim, foi nova em edifício usado quando em 1971 fui dos primeiros alunos da Escola Técnica Comercial Anselmo de Andrade, vinha a antecipar uma sensação de «déjà vu», de reconhecimento de espaço e, principalmente, um dilúvio de recordações, de vivências com 40 anos.

Após o portão, verifico que apesar da idade os risos e o burburinho dos alunos, que se eternizam no tempo, me remetem para a minha juventude.

O espaço não é fisicamente o mesmo, os recursos oferecidos felizmente não são iguais, é todo um mundo novo que se me depara em tempos diferentes, sem comparação possível. As memórias assaltam-me e trazem-me nomes com rosto juvenil e rostos a que já não consigo dar nome e todos eles voltam a ser a minha turma.

40 anos! Já!? Ainda ontem estávamos aqui, na escola, rindo, resolvendo em conversas sem fim os problemas do mundo e projectando o futuro de que parte já é passado, parte é presente e outra parte continua a ser projectado e reprojectado noutras tertúlias em que gostamos de inventar o mundo.

E eu a pensar que o regresso à escola, à nossa escola, seria pacífico, inócuo e não mexeria comigo.

Não me trouxe saudades, que eu saudades só tenho do futuro, trouxe-me sim recordações. Umas, poucas, más, mas felizmente a grande maioria muito boas que vou saboreando prazenteiramente.

A escola, a nossa escola está diferente, moderna, os alunos são outros e outros são os professores e os métodos pedagógicos e os programas escolares, mas enquanto escrevo estas linhas sentado no bar da escola, um grupo de jovens alunos brincam à cabra cega fazendo a ponte entre o passado e o futuro com a ladainha «cabra cega de onde vens...?».

Será que o tempo passou? As vozes que ouço misturam-se com as vozes da minha memória.

E eu a pensar que o regresso À ESCOLA, À NOSSA ESCOLA não mexeria comigo !!!

José Alberto Silveira da Fonseca

(Formando em processo de RVCC (reconhecimento e validação de competências-chave) de secundário do CNO Anselmo de Andrade)

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Candidatura da Arrábida a Património da Unesco

Uma região, um projecto…melhor futuro

A candidatura da Arrábida a património mundial da UNESCO é promovida pela associação de municípios da região de Setúbal, em parceria com o Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade e os Municípios de Palmela, Sesimbra e Setúbal, contando com a colaboração e participação de inúmeras entidades e personalidades que, ao nível da Comissão de Acompanhamento da Candidatura, no plano científico contribuem para um conhecimento mais aprofundado da Arrábida.

É , também, neste contexto, de uma Candidatura que ser quer amplamente participada, que foi criado um Fórum da Candidatura que se constitui como um espaço de discussão pública, onde todos os contributos servem para o enriquecimento deste processo, quer do ponto de vista natural, quer do ponto de vista cultura - e por isso esta é uma candidatura a património mundial misto, o bem Arrábida possui valores de excepcional qualidade que importa promover e legar às gerações futuras.

É um sítio natural de valor mundial pela sua beleza, mas também enquanto importante testemunho de processos geológicos e lugar de uma riqueza florística e de conjuntos vegetativos assinalável e mesmo única, da história da vida na Terra.

É um sítio cultural de valor mundial como testemunho da adaptação milenária do homem ao meio. Na Arrábida, a paisagem cultural constitui um exemplo excepcional da interação plurissecular entre os homens e o seu ambiente, desenvolvida nomeadamente para otimizar os recursos locais, os quais atingem níveis de qualidade extrema.

Na Arrábida, o património cultural tem um rica dimensão material, mas também um significativa dimensão imaterial, associada a práticas representações, expressões, conhecimentos e saber-fazer (assim como aos respetivos instrumentos, objetos, artefactos e espaços culturais).

Trata-se, pois, de um património vivo, transmitido de geração em geração, recriado permanentemente pelas comunidades e grupos em função do seu meio, e fator imprescindível para criar e fortalecer um sentimento de identidade e de continuidade.

Por isto, a Arrábida, entendida nas suas dimensões naturais e culturais, constitui-se como património regional e nacional único e da extraordinária importância e a sua Candidatura a património Mundial deve ser entendida como candidatura de um património de todos, como a candidatura da região de Setúbal, como uma candidatura de Portugal (O Bem “Arrábida” encontra-se inscrito na Lista Indicativa Portuguesa da UNESCO desde 2004). http://whc.unesco.org/en/tentativelists(1985/).

Paisagem

Quem já visitou a Arrábida não pode ficar indiferente à beleza excecional e ao espírito do local. Lugar mágico em que a relação entre o Homem e a Natureza emerge com força e como marca da sua identidade e integridade.

Não é por acaso que, em todos os domínios da arte, muitos foram os artistas que tiveram na Arrábida uma musa inspiradoraa e uma fonte inesgotável de estímulos criativos. E, alguns traduziram na perfeição a dificuldade imensa de expressar aquilo que os olhos observam, as palavras de José Saramago são disso exemplo:»… quando do alto da estrada se vê este imenso mar e ao fundo dos rochedos na franja branca que inaudível bate, quando apesar da distância a transparência das águas deixa ver as areais e as limosas pedras, o viajante pensa que só a grande música poderá exprimir o que nos olhos se limitam a ver ou nem mesmo a música. Provalvelmente o silêncio, nenhum som, nenhuma palavra, e também nenhuma pintura; apenas, afinal, o louvor do olhar…»

Geologia

O património geológico da Arrábida tem sido objeto de múltiplos estudos científicos considerando a sua riqueza e importância para o conhecimento e compreensão da evolução geológica do planeta e particularmente da margem ocidental da sub-placa ibérica.

Fauna

A área marinha dada a sua extensão e enquadramento geográfico, com as suas profundezas, como a fossa abissal do Espichel, o estuário do Sado, as múltiplas baías, representa uma área específica de desenvolvimento de muitas e várias espécies. O conjunto de comunidades marinhas presentes no mar da Arrábida apresenta um caráter único ao nível da biodiversidade - mais de 1300 espécies - sem paralelo tanto a nível nacional como europeu.

O elevado índice de biodiversidade de aves, répteis, anfíbios, mamíferos - com especial destaque para as duas espécies de morcegos em vias de extinção que se abrigam nas belíssimas grutas da Arrábida: morcego-rato-grande e morcego-de-ferradura-mourisco - constitui também uma marca da riqueza patrimonial natural desta região.

Flora

As Matas da Arrábida são únicas, aqui se combinam elementos atlânticos com mediterrânicos e revelam-se vestígios raros de uma floresta pré-glaciária do sul da Europa.

Na Arrábida o carrasco atinge um porte arbóreo invulgar, tendo esta singularidade conduzindo à sua recente classificação como subespécie; o Carrasco-da-Arrábida; sendo também possível encontrar endemismos arrabinenses, ou seja, espécies que existem apenas na Arrábida, exemplos do Convolvulus Fernandessi e Euphorbia Pedroi, cujas populações se encontram nas falésias entre Sesimbra e o cabo Espichel.

Paisagem cultural

A Arrábida é um lugar de ocupação humana ancestral e patrimonialmente rico. Segundo dados arqueológicos recentes, os primeiro hominídeos ter-se-ão instalado nesta zona há cerca de meio milhão de anos. A riqueza patrimonial desde sítio resulta também desta ocupação ancestral, verificável ao oongo de toda a cordilheira.

Património Imaterial

A Arrábida é uma verdadeira serra de “milagres luminosos” (Heitor Pato). Um Lugar de religiosidade popular onde lendas como a da Nossa Senhora da Arrábida e da Nossa Senhora do cabo (Espichel) atravessam séculos e se caracterizam ainda atualmente em festividades religiosas e círios.

O exemplo do vinho

As vertente viradas a norte desta zona levam a maturações mais alongadas no tempo, sendo a vindima realizada nas primeiras duas semanas de outubro. Consequentemente os seus vinhos apresentam uma maior riqueza e complexidade de aromas. Atinge-se também um melhor equilíbrio entre a frescura (…)e o teor de açúcares(…) Consideramos que aqui se encontra a melhor “Terroir” do mundo para a produção de vinhos generosos desta casta (Moscatel de Setúbal). (Vasco P.Garcia)

O exemplo do queijo

-… se o método de fabrico é o tradicionalmente utilizado na região da Serra da Estrela, é contudo a outra Serra que se deve a singularidade do queijo de Azeitão: A Arrábida, onde estão reunidas as condições necessárias à criação do gado ovino, que se estende por uma linha de montes e vales ao longo da península de Setúbal, apresentando, no seu conjunto, uma extraordinária exuberância de flora.

As suas características organolépticas, muito particulares e apreciadas, estão intimamente ligadas à flora das pastagens de Serra da Arrábida e à utilização de uma variedade de flor de cardo, espontânea no sul do país, para a coagulação do leite. (fonte ARCOLSA)

A AMRS (Associação de Municípios da Região de Setúbal) estabeleceu protocolos com instituições académicas, e outras entidades com credibilidade nas respectivas áreas de investigação assegurando a validação científica da candidatura

Website: www.amrs.pt

E-mail: amrs@amrs.pt

http://www.facebook.com/pages/Arrabida-Património_Mundial

Conteúdo retirado integralmente do prospeto de apresentação da candidatura da Arrábida a património da UNESCO da AMRS.

Luís Pedro

Formador de STC

sábado, 5 de novembro de 2011

PARABÉNS ANSELMO!


Foi no passado dia 28 de outubro que a nossa escola completou 40 anos de vida. Para que fique a conhecer as diversas facetas do nosso patrono, apresentamos uma breve biobibliografia desta personalidade ímpar.

1843 – Anselmo José de Assis Andrade nasce a 20 de junho, em Lisboa, oriundo da pequena nobreza de ascendência rural por parte da mãe, e da alta magistratura por parte do pai.

1858 – Matricula-se em Direito na Universidade de Coimbra. Teófilo Braga e Antero de Quental são seus companheiros de curso, com os quais manterá sempre contacto.

1866 – Conclui o curso de Direito, juntamente com Eça de Queirós. Habitam a mesma “república” e fazem projetos de colaboração literária, como a publicação de uma revista (As Farpas). Integra-se nesse grupo de jovens intelectuais que pretendia revolucionar a sociedade portuguesa – A Geração de 70. Publica, já em Lisboa, o seu primeiro livro Epopeias da História.

1875 – Estabelece-se em Beja como advogado, casa e aí vive cerca de dez anos. É eleito Presidente da Câmara e desenvolve intensa atividade jornalística, dedicando-se também à investigação histórica. Esboça um projeto de ciência pré-histórica, publicado em 1879: Estudos de Paleontologia Humana.

1885 – Sai em volume Viagem na Espanha, obra de elevada qualidade literária, fruto das sucessivas viagens a esse país.

1887 – Regressa a Lisboa, filia-se no Partido Progressista e é eleito Deputado. Assume a direção de O Correio da Noite, órgão daquele partido, substituindo o seu amigo Emídio Navarro.

1898 – Publica A Terra, obra que o consagra como economista de grande prestígio.

1900 – É nomeado Ministro da Fazenda, mas a apresentação de um rigoroso plano de reestruturação da economia nacional não agradou aos poderes instituídos do próprio governo e não foi aceite. Anselmo, numa atitude de coragem e coerência, demite-se. Continua, no entanto, a sua atividade política como deputado.

1908 – Após o regicídio, é nomeado precetor do jovem Rei D. Manuel II, para assuntos do Estado na área económica e financeira.

1910 – É convidado para Ministro da Fazenda, no último governo da Monarquia, tomando vigorosas medidas para o equilíbrio financeiro. É nomeado Par do Reino, tendo-lhe sido atribuída a Grã-Cruz da coroa de Itália.

1916 – Dedica-se à organização da sua obra e colabora cientificamente com economistas universitários de Coimbra.

1926 – Publica uma obra de referência ao nível económico – Economia e Finanças Nacionais Contemporâneas.

1928 – Morre, a 23 de abril, na sua residência da rua Joaquim António de Aguiar, em Lisboa.

1929 – Publicação póstuma do seu livro Alguns Homens Ilustres de Portugal, no qual presta homenagem ao seu amigo Emídio Navarro, entre outros.

Biobibliografia elaborada a partir da obra: Anselmo de Andrade de Jerónimo de Matos (2000)

Gabriela Machado (formadora de CLC)