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sábado, 25 de fevereiro de 2012

“Descodificar” o Referencial de competências-chave

No processo de RVCC, os formadores do básico e do secundário dedicam algumas sessões à chamada “descodificação do referencial” nas respetivas áreas de competências-chave. Mas descodificar porquê? O referencial está, porventura, apresentado sob a forma de código?

A questão central é precisamente essa: pelo menos no que diz respeito ao secundário, com o qual estou mais familiarizado, muitas das competências do referencial estão formuladas de modo a que o público a que se destinam não entende o que se pretende. Os autores do referencial, fruto de uma natural intenção de conferir alguma complexidade ao “processo”, mas também (e talvez sobretudo) movidos por uma boa dose de vaidade intelectual, traçaram esse caminho, fizeram essa opção.

Passo a dar dois ou três exemplos de competências retiradas do referencial do secundário para que melhor se entenda aquilo de que falamos:
“Posicionar-se prospetivamente em contextos macro-sociais de incerteza e ambiguidade.”
“Mobilizar o saber formal na interpretação de leis e modelos científicos num contexto de coexistência de estabilidade e mudança.”
“Agir de acordo com a compreensão do funcionamento dos sistemas monetários e financeiros (como elemento de configuração cultural e comunicacional das sociedades actuais).”

Mas a verdade é esta: não basta que se queira que os adultos exponham no seu portefólio as experiências devidamente refletidas que vão ao encontro do referencial, é preciso que eles entendam perfeitamente quais as experiências que devem ser espelhadas e refletidas nessa autobiografia.

Numa frase: o referencial codifica, o formador descodifica.

Luís Mendonça
Formador de Cidadania e Profissionalidade (CP)

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