Um blogue criado com o intuito de aproximar o nosso Centro da comunidade, promovendo a divulgação das atividades desenvolvidas e de informações de caráter geral. Pretende-se, ainda, que seja um espaço de partilha e diálogo.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

O CNO Anselmo de Andrade deseja a toda a comunidade umas Boas Festas

Prelúdio de Natal

Tudo principiava
pela cúmplice neblina
que vinha perfumada
de lenha e tangerinas

Só depois se rasgava
a primeira cortina
e dispersa e dourada
no palco das vitrinas

A festa começava
entre odor e resina
e gosto a noz-moscada
e vozes femininas

A cidade ficava
sob a luz vespertina
pelas montras cercada
de paisagens alpinas

David Mourão Ferreira

Qualificar os Portugueses, uma missão, um dever profissional

No seguimento do I Encontro Nacional “Qualificar os Portugueses, uma missão, um dever profissional” que teve lugar no auditório do Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Coimbra (ISCAC), no passado dia 7 de Dezembro, um grupo de profissionais da área da educação e formação de adultos, face à atual indefinição das políticas de educação e formação dirigidas à população adulta, decidiu nomear a Comissão Instaladora daquela que será a ANPEFA - Associação Nacional de Profissionais de Educação e Formação de Adultos.
A associação será de âmbito nacional e pretende abranger todos os profissionais envolvidos nesta área. A ANPEFA terá como principal objetivo contribuir para a continuidade das políticas públicas de educação e formação de adultos, valorização e credibilização da aprendizagem ao longo da vida. Este encontro contou com a participação de 230 profissionais e com a comunicação de vários nomes conhecidos na área. Teve ainda a participação de testemunhos que permitiram comprovar o excelente trabalho que tem sido realizado até hoje.
O encontro contou com a participação do Dr. Bravo Nico (docente na Universidade de Évora) que apresentou uma comunicação intitulada: Qualificação de Adultos em Portugal: um ponto de partida ou um ponto final? Esta comunicação teve como finalidade, evidenciar a a necessidade de um consenso social e político em torno da qualificação. Colocou todos os participantes a refletir sobre a continuidade da Qualificação de Adultos em Portugal. Contou-se com a apresentação do Manifesto Pró-Associação Nacional de Profissionais de Educação e Formação de Adultos, exposto pelo Dr. Luís Capucha (docente/investigador no ISCTE). Posteriormente, contou-se com a Dr.ª Lucília Salgado (Docente na ESE de Coimbra e investigadora nas áreas da Literacia) cuja comunicação incidiu sobre os Impactos Educativos da INO – Iniciativa Novas Oportunidades.
O encontro usufruiu ainda da participação do Dr. Jorge Dias (Universidade Católica Portuguesa - Grupo de Investigação «Ethics for Counseling») que nos presenteou com uma comunicação sobre a importância do PDP (Plano de Desenvolvimento Pessoal) e a necessidade formativa para as novas competências filosóficas. Seguidamente, a Dr.ª Leonor Viegas (Universidade do Algarve), apresentou-nos uma comunicação intitulada: Além da qualificação, a educação para a participação que teve como finalidade a reflexão sobre as práticas da equipa técnico-pedagógica, tendo em conta os novos públicos dos CNO (desempregados) e a possibilidade do processo RVCC ser mais do que um processo de qualificação, mas também uma forma de contribuir para o incremento cultural e participativo dos adultos. De seguida, a Dr.ª Soraia Morais (Instituto de Educação - Universidade de Lisboa) brindou-nos com o seu estudo sobre: O contributo dos Processos RVCC, nos adultos certificados, para a ALV - realidade de um CNO. Contou-se ainda com a partilha da experiência do Dr. Paulo Riço (Tutor de RVCC-PRO e Formador EFA do CNO do Centro de Formação Profissional de Coimbra).
Para finalizar as comunicações contou-se com a participação de dois convidados: Sr. Carlos Santos - adulto certificado Nível Secundário do Centro Novas Oportunidades da Escola Secundária Henriques Nogueira de Torres Vedras - e com o Sr. Casas de Melo - adulto certificado Nível Secundário do Centro Novas Oportunidades do Centro de Formação Profissional de Coimbra. Estes dois candidatos contemplaram a audiência com os seus testemunhos, que tão bem evidenciaram o bom trabalho que tem sido desenvolvido por uma equipa de profissionais que luta para que a formação esteja ao alcance de todos e valorize as competências que são adquiridas ao longo da vida. O aumento de competências é um direito de todos e dado que nem todos tiveram as mesmas oportunidades, esta associação pretende, entre outras coisas, ajudar a dar uma oportunidade a quem ainda não pode dispor dela.
O CNO Anselmo de Andrade participou ativamente na organização e realização deste encontro através de um dos seus técnicos, reconhecendo a importância do associativismo e trabalho em rede no desenvolvimento de boas práticas na Educação e Formação de Adultos.

Sérgio Rodrigues (Profissional de RVCC)

Novas certificações de nível básico e secundário

Durante o mês de Dezembro, realizaram-se respetivamente uma sessão de júri de certificação de nível básico (dia 6 de Dezembro) e uma de secundário (dia 14 de Dezembro).
É de realçar a diversidade e qualidade dos temas apresentados pelos candidatos. Esta sessão, como última etapa do processo de RVCC, certificou 6 candidatos de nível básico e 7 de nível secundário. As apresentações versaram temas muito diversos e os Portefólios Reflexivos de Aprendizagem demonstraram a riqueza dos percursos individuais e as aprendizagens ao longo da vida.

Gabriela Machado (formadora de CLC)

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Impressões da visita ao Museu da Cidade

"A memória faz viver a cidade" - Ralph Emerson

Foi interessante revermo-nos, conforme a faixa etária, no tempo e nos diversos sítios apresentados nas muitas fotos doadas ao Museu.
Maria da Conceição Nunes (Formanda de RVCC nível secundário)

Na visita ao Museu vi o quanto todo este concelho cresceu. Nasci e sempre vivi aqui, mas não me tinha apercebido do seu desenvolvimento, talvez porque durante 35 anos trabalhei em Lisboa, era o sair de casa muito cedo e regressar já tarde. Há também uma coisa muito interessante, por vezes olhamos, mas não vemos, já dizia a minha avó "vê com olhos de ver".

Maria Luísa Martins (Formanda de RVCC nível secundário)

ALMADA DE ANTES E DE AGORA

Foi a convite dos professores de CLC Gabriela Machado e Luís Pedro de STC que o grupo S33 visitou, no dia 29 de Novembro, a exposição permanente do Museu da Cidade. A origem da palavra Almada deriva do árabe “al-madan” que significa a mina, lugar de abundância.

No início da vista é-nos apresentada uma sala com dezenas de pequenas estatuetas nuas subindo por varões, em conjunto com um som de fundo. A minha imaginação levou-me de imediato a um passado não muito longínquo de marinheiros, trepando pelos mastros das fragatas para içar velas, com o belo som do bater suave do mar.

A visita foi para mim o reencontro com lugares esquecidos desta cidade que tão bem conheço, a cidade onde me orgulho de ter nascido e onde vivo. Na exposição encontro fotos de um passado que me é querido, e sinto a falta de ver em laboração algumas das indústrias existentes em toda a zona ribeirinha, principalmente a naval, onde trabalhei, a poucos metros do local onde nasci, o cais do Ginjal.

Foi toda esta indústria e toda a sua envolvente humana que desenvolveu o comércio e a habitação permitindo que Almada passasse a cidade em 1973.

Tive ainda oportunidade de ver uma interessante maqueta com as fases de expansão de toda a cidade, onde podem ser selecionados e reconhecidos alguns núcleos urbanos.

No meio associativo gostaria de ter visto algo relacionado com o meu Ginásio Clube do Sul, coletividade fundada em Cacilhas em 17 de maio de 1920, do mesmo modo seria interessante estar presente neste museu uma maqueta sobre o Cais do Ginjal com “Coração Novo” plano de pormenor já aprovado. Podemos ver, através das fotos seguintes, a intervenção prevista.

João Valente (Formando de RVCC - nível secundário)

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

FATURA DO EURO 2004 - Mais um buraco para tapar até 2030

Em 1999, ouviu-se uma força no Estádio do Jamor, palco de uma demonstração de entusiasmo só suplantada talvez pela passagem do Cabo das Tormentas. O motivo de tal patriotismo, o “Euro 2004”, bastava fechar os olhos e entrava-se em êxtase, tal o arraial montado, com todos os condimentos de que o nosso consciente povo gosta, recordes para o Guinness World Records, muita música e políticos bem-falantes, como era o caso do então Ministro-Adjunto José Sócrates, que na sua elegância afirmou que aquele seria “um projeto muito interessante para o país e dinamizador da nossa economia de ponta”. Portugal viveu até 2004 uma época de subserviência ao desporto rei, onde tudo o que de mau se passava era um mal menor, pois estava para chegar o salvador da pátria. E é então que o tão esperado acontece, as trombetas soaram, os povos se aperaltaram, as ruas se enfeitaram e empresas fechavam para se assistir à passagem de El Rei Futebol.
E eis que os festejos acabaram, chegou a altura de voltarmos ao nosso verdadeiro “eu”, de memória curta como convêm, esquecendo que para tais festejos foi necessário gastar mais de mil milhões de euros de dinheiros públicos na construção das 10 catedrais do futebol, isto claro está, se não se contar com as derrapagens. Esquecendo que contrariamente ao anunciado, a Industria do Turismo sofreu uma quebra de 0,3% nesse ano, em vez do aumento prometido. Nunca se lembrando, que os projetos das imponentes obras contemplavam também muitas outras infraestruturas que nunca se ergueram. Amaldiçoados lapsos de memória que nos impedem de recordar que um dos magnânimes estádios teve um custo de 62 milhões de euros, foi usado duas vezes durante o evento e que atualmente recebe 3 mil espectadores de 15 em 15 dias, dando assim um prejuízo de 50 mil euros mensais à autarquia responsável. Doentes crónicos de amnésia, impossibilitados de saber que o “Euro 2004” ainda não terminou, podemo-nos rejubilar, pois o seu fim só está anunciado para 2030, altura em que se prevê a liquidação total das dívidas deixadas por tamanha euforia.
Sempre que nos sentirmos desfalcados ou ultrajados pelas decisões de cortes na educação ou saúde, lembremo-nos que ainda estamos a festejar o “Euro 2004” e com a vinda de El Rei D. Sebastião os nossos problemas desaparecerão na neblina.



Rui Crespo (formando do RVCC Básico)

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Novas Certificações de Nível Secundário

Realizou-se no passado dia 21 de Novembro mais um Júri de Certificação de nível secundário. Os cinco candidatos apresentaram temas de vida bastante diversificados e muito interessantes:

- António Paixão: “Marinha de Guerra Portuguesa”

- Marco Pica: “Higiene e segurança no trabalho na Marinha de Guerra”

-Jaime Lourenço: “Experiência profissional no estrangeiro – importância para aquisição de competências”

- Helena Santos: “Ano Novo Chinês”

- Solange Pires: “Boom Festival e Sustentabilidade”

Alcançaram com mérito a Certificação de nível secundário e, por isso, estão de parabéns! A equipa do CNO deseja-lhes os maiores sucessos a nível pessoal e profissional.

A próxima sessão de júri realizar-se-á no dia 14 de Dezembro, às 17 horas no auditório da Casa Rural

Gabriela Machado (formadora de CLC)

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

REGRESSO À ANSELMO 40 ANOS DEPOIS

Curioso, muito curioso este frenesim que me percorre nos últimos passos até ao portão de mais esta escola na minha vida.

Curioso porque esta escola não é nova para mim, foi nova em edifício usado quando em 1971 fui dos primeiros alunos da Escola Técnica Comercial Anselmo de Andrade, vinha a antecipar uma sensação de «déjà vu», de reconhecimento de espaço e, principalmente, um dilúvio de recordações, de vivências com 40 anos.

Após o portão, verifico que apesar da idade os risos e o burburinho dos alunos, que se eternizam no tempo, me remetem para a minha juventude.

O espaço não é fisicamente o mesmo, os recursos oferecidos felizmente não são iguais, é todo um mundo novo que se me depara em tempos diferentes, sem comparação possível. As memórias assaltam-me e trazem-me nomes com rosto juvenil e rostos a que já não consigo dar nome e todos eles voltam a ser a minha turma.

40 anos! Já!? Ainda ontem estávamos aqui, na escola, rindo, resolvendo em conversas sem fim os problemas do mundo e projectando o futuro de que parte já é passado, parte é presente e outra parte continua a ser projectado e reprojectado noutras tertúlias em que gostamos de inventar o mundo.

E eu a pensar que o regresso à escola, à nossa escola, seria pacífico, inócuo e não mexeria comigo.

Não me trouxe saudades, que eu saudades só tenho do futuro, trouxe-me sim recordações. Umas, poucas, más, mas felizmente a grande maioria muito boas que vou saboreando prazenteiramente.

A escola, a nossa escola está diferente, moderna, os alunos são outros e outros são os professores e os métodos pedagógicos e os programas escolares, mas enquanto escrevo estas linhas sentado no bar da escola, um grupo de jovens alunos brincam à cabra cega fazendo a ponte entre o passado e o futuro com a ladainha «cabra cega de onde vens...?».

Será que o tempo passou? As vozes que ouço misturam-se com as vozes da minha memória.

E eu a pensar que o regresso À ESCOLA, À NOSSA ESCOLA não mexeria comigo !!!

José Alberto Silveira da Fonseca

(Formando em processo de RVCC (reconhecimento e validação de competências-chave) de secundário do CNO Anselmo de Andrade)

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Candidatura da Arrábida a Património da Unesco

Uma região, um projecto…melhor futuro

A candidatura da Arrábida a património mundial da UNESCO é promovida pela associação de municípios da região de Setúbal, em parceria com o Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade e os Municípios de Palmela, Sesimbra e Setúbal, contando com a colaboração e participação de inúmeras entidades e personalidades que, ao nível da Comissão de Acompanhamento da Candidatura, no plano científico contribuem para um conhecimento mais aprofundado da Arrábida.

É , também, neste contexto, de uma Candidatura que ser quer amplamente participada, que foi criado um Fórum da Candidatura que se constitui como um espaço de discussão pública, onde todos os contributos servem para o enriquecimento deste processo, quer do ponto de vista natural, quer do ponto de vista cultura - e por isso esta é uma candidatura a património mundial misto, o bem Arrábida possui valores de excepcional qualidade que importa promover e legar às gerações futuras.

É um sítio natural de valor mundial pela sua beleza, mas também enquanto importante testemunho de processos geológicos e lugar de uma riqueza florística e de conjuntos vegetativos assinalável e mesmo única, da história da vida na Terra.

É um sítio cultural de valor mundial como testemunho da adaptação milenária do homem ao meio. Na Arrábida, a paisagem cultural constitui um exemplo excepcional da interação plurissecular entre os homens e o seu ambiente, desenvolvida nomeadamente para otimizar os recursos locais, os quais atingem níveis de qualidade extrema.

Na Arrábida, o património cultural tem um rica dimensão material, mas também um significativa dimensão imaterial, associada a práticas representações, expressões, conhecimentos e saber-fazer (assim como aos respetivos instrumentos, objetos, artefactos e espaços culturais).

Trata-se, pois, de um património vivo, transmitido de geração em geração, recriado permanentemente pelas comunidades e grupos em função do seu meio, e fator imprescindível para criar e fortalecer um sentimento de identidade e de continuidade.

Por isto, a Arrábida, entendida nas suas dimensões naturais e culturais, constitui-se como património regional e nacional único e da extraordinária importância e a sua Candidatura a património Mundial deve ser entendida como candidatura de um património de todos, como a candidatura da região de Setúbal, como uma candidatura de Portugal (O Bem “Arrábida” encontra-se inscrito na Lista Indicativa Portuguesa da UNESCO desde 2004). http://whc.unesco.org/en/tentativelists(1985/).

Paisagem

Quem já visitou a Arrábida não pode ficar indiferente à beleza excecional e ao espírito do local. Lugar mágico em que a relação entre o Homem e a Natureza emerge com força e como marca da sua identidade e integridade.

Não é por acaso que, em todos os domínios da arte, muitos foram os artistas que tiveram na Arrábida uma musa inspiradoraa e uma fonte inesgotável de estímulos criativos. E, alguns traduziram na perfeição a dificuldade imensa de expressar aquilo que os olhos observam, as palavras de José Saramago são disso exemplo:»… quando do alto da estrada se vê este imenso mar e ao fundo dos rochedos na franja branca que inaudível bate, quando apesar da distância a transparência das águas deixa ver as areais e as limosas pedras, o viajante pensa que só a grande música poderá exprimir o que nos olhos se limitam a ver ou nem mesmo a música. Provalvelmente o silêncio, nenhum som, nenhuma palavra, e também nenhuma pintura; apenas, afinal, o louvor do olhar…»

Geologia

O património geológico da Arrábida tem sido objeto de múltiplos estudos científicos considerando a sua riqueza e importância para o conhecimento e compreensão da evolução geológica do planeta e particularmente da margem ocidental da sub-placa ibérica.

Fauna

A área marinha dada a sua extensão e enquadramento geográfico, com as suas profundezas, como a fossa abissal do Espichel, o estuário do Sado, as múltiplas baías, representa uma área específica de desenvolvimento de muitas e várias espécies. O conjunto de comunidades marinhas presentes no mar da Arrábida apresenta um caráter único ao nível da biodiversidade - mais de 1300 espécies - sem paralelo tanto a nível nacional como europeu.

O elevado índice de biodiversidade de aves, répteis, anfíbios, mamíferos - com especial destaque para as duas espécies de morcegos em vias de extinção que se abrigam nas belíssimas grutas da Arrábida: morcego-rato-grande e morcego-de-ferradura-mourisco - constitui também uma marca da riqueza patrimonial natural desta região.

Flora

As Matas da Arrábida são únicas, aqui se combinam elementos atlânticos com mediterrânicos e revelam-se vestígios raros de uma floresta pré-glaciária do sul da Europa.

Na Arrábida o carrasco atinge um porte arbóreo invulgar, tendo esta singularidade conduzindo à sua recente classificação como subespécie; o Carrasco-da-Arrábida; sendo também possível encontrar endemismos arrabinenses, ou seja, espécies que existem apenas na Arrábida, exemplos do Convolvulus Fernandessi e Euphorbia Pedroi, cujas populações se encontram nas falésias entre Sesimbra e o cabo Espichel.

Paisagem cultural

A Arrábida é um lugar de ocupação humana ancestral e patrimonialmente rico. Segundo dados arqueológicos recentes, os primeiro hominídeos ter-se-ão instalado nesta zona há cerca de meio milhão de anos. A riqueza patrimonial desde sítio resulta também desta ocupação ancestral, verificável ao oongo de toda a cordilheira.

Património Imaterial

A Arrábida é uma verdadeira serra de “milagres luminosos” (Heitor Pato). Um Lugar de religiosidade popular onde lendas como a da Nossa Senhora da Arrábida e da Nossa Senhora do cabo (Espichel) atravessam séculos e se caracterizam ainda atualmente em festividades religiosas e círios.

O exemplo do vinho

As vertente viradas a norte desta zona levam a maturações mais alongadas no tempo, sendo a vindima realizada nas primeiras duas semanas de outubro. Consequentemente os seus vinhos apresentam uma maior riqueza e complexidade de aromas. Atinge-se também um melhor equilíbrio entre a frescura (…)e o teor de açúcares(…) Consideramos que aqui se encontra a melhor “Terroir” do mundo para a produção de vinhos generosos desta casta (Moscatel de Setúbal). (Vasco P.Garcia)

O exemplo do queijo

-… se o método de fabrico é o tradicionalmente utilizado na região da Serra da Estrela, é contudo a outra Serra que se deve a singularidade do queijo de Azeitão: A Arrábida, onde estão reunidas as condições necessárias à criação do gado ovino, que se estende por uma linha de montes e vales ao longo da península de Setúbal, apresentando, no seu conjunto, uma extraordinária exuberância de flora.

As suas características organolépticas, muito particulares e apreciadas, estão intimamente ligadas à flora das pastagens de Serra da Arrábida e à utilização de uma variedade de flor de cardo, espontânea no sul do país, para a coagulação do leite. (fonte ARCOLSA)

A AMRS (Associação de Municípios da Região de Setúbal) estabeleceu protocolos com instituições académicas, e outras entidades com credibilidade nas respectivas áreas de investigação assegurando a validação científica da candidatura

Website: www.amrs.pt

E-mail: amrs@amrs.pt

http://www.facebook.com/pages/Arrabida-Património_Mundial

Conteúdo retirado integralmente do prospeto de apresentação da candidatura da Arrábida a património da UNESCO da AMRS.

Luís Pedro

Formador de STC

sábado, 5 de novembro de 2011

PARABÉNS ANSELMO!


Foi no passado dia 28 de outubro que a nossa escola completou 40 anos de vida. Para que fique a conhecer as diversas facetas do nosso patrono, apresentamos uma breve biobibliografia desta personalidade ímpar.

1843 – Anselmo José de Assis Andrade nasce a 20 de junho, em Lisboa, oriundo da pequena nobreza de ascendência rural por parte da mãe, e da alta magistratura por parte do pai.

1858 – Matricula-se em Direito na Universidade de Coimbra. Teófilo Braga e Antero de Quental são seus companheiros de curso, com os quais manterá sempre contacto.

1866 – Conclui o curso de Direito, juntamente com Eça de Queirós. Habitam a mesma “república” e fazem projetos de colaboração literária, como a publicação de uma revista (As Farpas). Integra-se nesse grupo de jovens intelectuais que pretendia revolucionar a sociedade portuguesa – A Geração de 70. Publica, já em Lisboa, o seu primeiro livro Epopeias da História.

1875 – Estabelece-se em Beja como advogado, casa e aí vive cerca de dez anos. É eleito Presidente da Câmara e desenvolve intensa atividade jornalística, dedicando-se também à investigação histórica. Esboça um projeto de ciência pré-histórica, publicado em 1879: Estudos de Paleontologia Humana.

1885 – Sai em volume Viagem na Espanha, obra de elevada qualidade literária, fruto das sucessivas viagens a esse país.

1887 – Regressa a Lisboa, filia-se no Partido Progressista e é eleito Deputado. Assume a direção de O Correio da Noite, órgão daquele partido, substituindo o seu amigo Emídio Navarro.

1898 – Publica A Terra, obra que o consagra como economista de grande prestígio.

1900 – É nomeado Ministro da Fazenda, mas a apresentação de um rigoroso plano de reestruturação da economia nacional não agradou aos poderes instituídos do próprio governo e não foi aceite. Anselmo, numa atitude de coragem e coerência, demite-se. Continua, no entanto, a sua atividade política como deputado.

1908 – Após o regicídio, é nomeado precetor do jovem Rei D. Manuel II, para assuntos do Estado na área económica e financeira.

1910 – É convidado para Ministro da Fazenda, no último governo da Monarquia, tomando vigorosas medidas para o equilíbrio financeiro. É nomeado Par do Reino, tendo-lhe sido atribuída a Grã-Cruz da coroa de Itália.

1916 – Dedica-se à organização da sua obra e colabora cientificamente com economistas universitários de Coimbra.

1926 – Publica uma obra de referência ao nível económico – Economia e Finanças Nacionais Contemporâneas.

1928 – Morre, a 23 de abril, na sua residência da rua Joaquim António de Aguiar, em Lisboa.

1929 – Publicação póstuma do seu livro Alguns Homens Ilustres de Portugal, no qual presta homenagem ao seu amigo Emídio Navarro, entre outros.

Biobibliografia elaborada a partir da obra: Anselmo de Andrade de Jerónimo de Matos (2000)

Gabriela Machado (formadora de CLC)


segunda-feira, 10 de outubro de 2011

O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO

De acordo com a resolução n.º 8 do Conselho de Ministros, de 25 de janeiro de 2011, o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa entra em vigor no sistema educativo português no ano letivo de 2011/2012.
Apresentamos em seguida um conjunto de recursos que o poderão ajudar a familiarizar-se com as novas regras ortográficas e que poderá consultar para quaisquer dúvidas que lhe surjam.
- Portal da Língua portuguesa (http://www.portaldalinguaportuguesa.org/). Aqui encontram-se disponíveis o Vocabulário Ortográfico do Português e o Conversor Lince, que foram oficialmente adotados.
- Dicionário Priberam (http://www.priberam.pt/) – contém o texto do Acordo, assim como um dicionário on-line que permite consultar as duas grafias (anterior e posterior ao acordo) ou verificar se existe alteração nas palavras.
- Publicação: O novo acordo ortográfico - o que vai mudar na grafia do português - Malaca Casteleiro e Pedro Correia, Texto Editores, 2009.

Gabriela Machado (formadora de CLC)